Aprender a gostar do que não se gosta

Fácil é gostar do que nos dá prazer, e rejeitar aquilo que não gostamos, não é mesmo? Quando criança geralmente rejeitava quase todas as frutas e verduras que minha mãe preparava para a refeição. Na maioria das vezes meu paladar era o parâmetro para os diversos tipos de alimentos que eu consumia. Acredito que pela fartura e diversas escolhas mais apetitosas, sempre escolhi o que mais me agradava. Alguns alimentos, apenas pelo visual, decidia não comer mesmo sem experimentar.

Quando comecei o meu preparo para ser uma missionária, Deus foi colocando no meu coração a vontade de experimentar e aprender a gostar de diversos tipos de alimentos que antes nem colocaria na boca. Senti fortemente no meu coração que essa experiência seria muito importante. Comecei a não rejeitar os tipos de alimentos antes detestados, principalmente abacaxi, coentro, cominho e abacate.

O primeiro teste foi colocar uma porção pequena do alimento no prato, comendo apenas algumas bocadas, e orando a Deus, pedindo forças para gostar daquele alimento. Preciso dizer que não foi nada fácil, mas aprendi que para ser missionária eu deveria estar pronta para enfrentar qualquer situação, isso incluía aprender a comer qualquer tipo de alimento e a gostar dele.

Durante alguns meses preparei pratos com alguns desses ingredientes e não os rejeitei na casa dos amigos ou familiares. Como o paladar demora cerca de 40 dias para se acostumar com tipos de alimentos novos, mantive-me firme no propósito de gostar do que eu não gostava antes.

Ao chegar a Venezuela qual foi minha surpresa ao encontrar os alimentos que eu antes detestava na maioria dos pratos! Deus realmente me preparou por meses para conseguir me alimentar nesse lugar. O coentro e o cominho são temperos que estão presentes em quase todos os pratos aqui. O abacate é usado em várias refeições, na salada, como patê, ou no recheio das arepas (prato típico venezuelano). O abacaxi é usado em quase todas as tortas doces, bolos, sucos ou saladas de frutas.

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Quão especial foi entender o amor de Deus e o cuidado que Ele teve na minha preparação para este momento. Ouvi nitidamente Sua voz me pedindo para aprender a gostar do que eu não gostava antes. Obedeci, e hoje posso disfrutar dos alimentos que Deus tem nos dado a cada dia.

A lista de coisas que eu não gostava era grande demais, e não contemplava apenas alimentos, mas diversas outras coisas como tomar banho frio, morar na casa de outra pessoa, ter acesso à internet de 15 em 15 dias, ou não ter todos os produtos ou tipos de comida ao qual eu estava acostumada. A lista é grande, e o Senhor nos ensina, a cada dia, que precisamos aprender a gostar daquilo que não gostamos para moldar nosso caráter, nos acostumar com uma vida simples e abnegada e para nos ensinar que precisamos ser felizes com tudo o que temos, quer seja pouco ou muito.

Por Juliana C. Oliveira – Missionários em terras distantes

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