Gravidez e vegetarianismo combinam?

Vegetarianismo e gravidez podem não combinar à primeira vista, afinal o mundo parece conspirar contra nós. Mesmo remando contra a maré em um mundo carnívoro, com médicos que acreditam que a única fonte de cálcio é o leite e a única fonte de proteína é a carne, vale a pena seguir em frente confiante que a dieta vegetariana é a melhor tanto para o bebê quanto para a mãe.

Logo quando descobri a gravidez muitos me perguntavam como seria minha dieta, já que sou vegetariana estrita há 4 anos. A maior preocupação era a deficiência de vitaminas, como ferro, cálcio, e o desenvolvimento do bebê.

“Durante a gravidez a dieta mais favorável para a mulher é uma dieta totalmente vegetariana. Com tal dieta ela é capaz de fornecer para a criança no seu ventre, a maior quantidade de nutrientes, minerais, vitaminas, elementos graxos, como também carboidratos, proteínas e gordura.” Dra. Agatha Thrash.

Na primeira consulta do pré-natal o médico quase enfartou quando descobriu que eu não comia nenhum tipo de derivado animal. Ele colocou a mão na cabeça e falou: – Meu Deus, o que eu vou fazer com você? A carne é essencial! – me encaminhou direto pra nutricionista e me deu um sermão. Lembro-me que meu esposo falou pra ele: – Doutor, essa será sua melhor paciente! – e ele deu risada.

Na consulta com a nutricionista dei uma aula sobre alimentação vegetariana e ela entendeu que realmente eu estava estudando e sabia fazer as substituições. A única parte que discordei foi com a recomendação de comer de 3 em 3 horas. Sabemos que o melhor é ter 3 refeições diárias pois assim nosso estômago terá o descanso necessário. O segredo está em comer artigos integrais o que manterá a pessoa sem fome até a próxima refeição.

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Meu café da manhã era composto de frutas, granola, iogurte de soja e algumas vezes pão integral com maionese vegetal. No almoço buscava ingerir uma grande quantidade de verduras e legumes além de arroz integral e uma proteína vegetal (feijão, grão de bico ou lentilha). À noite comia frutas ou verduras com pão integral. Algumas noites meu esposo preparava um delicioso suco na centrífuga com maçã, cenoura, beterraba, pepino e couve. Esse suco me dava a disposição e os nutrientes necessários para um noite tranquila e um dia cheio de disposição. Outro item que sempre comprava era tofu e fazia patês ou sapecava na chapa com um pouquinho de sal. Ficava uma delícia! Busquei usar nas refeições castanhas, amêndoas, semente de girassol, chia, linhaça e gergelim. Esses artigos me ajudavam a obter proteínas e vitaminas que meu corpo precisava. Busquei excluir da dieta os doces, principalmente o açúcar refinado. Usei com cautela o açúcar mascavo e demerara.

Fiz suplementação de vitamina B12 em cápsula receitada por uma médica naturalista. Ela me disse que o bebê poderia retirar minha reserva dessa vitamina e achou melhor não correr esse risco. Utilizei também a levedura de cerveja (cápsula) um suplemento natural que me proporcionou as outras vitaminas do complexo B.

Uma parte muito importante foi praticar exercícios físicos. Eu e meu esposo caminhávamos todas as manhãs durante 40 minutos. O ritmo era leve, mas essas caminhadas me ajudaram muito a manter um peso saudável, a não ter câimbras e inchaços nas pernas, e a suportar o intenso trabalho de parto.

Contrariando todos os médicos, meu bebê se desenvolveu de forma muito saudável, no peso e proporções normais e sem nenhuma complicação. Cheguei a 40 semanas com muita disposição, me exercitando, e levando uma vida absolutamente normal, claro que com algumas dificuldades por causa da barriga.

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Em 24 de agosto tive a experiência mais maravilhosa da minha vida. Minha bebê nasceu num lindo parto natural domiciliar, num trabalho de parto intenso e maravilhoso, muito saudável e cheia de vida. Veio direto pro meu colo, recebeu muito amor e carinho e mamou bastante.

Vale a pena buscar muita informação, ser perseverante, remar contra a maré e ter muita fé na dieta dada por nosso Criador, pois se foi Ele quem nos fez, ninguém melhor do que Ele para nos dizer o que devemos comer e como devemos viver.

Por Juliana C. Oliveira

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