Parto Humanizado: naturalmente cheio de amor e respeito

O termo “parto humanizado” infelizmente está banalizado, porque é utilizado indevidamente por serviços médico hospitalares para se referir a luxos que algumas maternidades podem oferecer no parto; ou ainda para se referir ao parto humano, feito por humano ou se referindo ao trato humano na assistência ao parto.

Mas, uma de suas premissas é que as mulheres tenham direito a protagonizar a sua própria experiência de parir, podendo fazer decisões conscientes, com respeito e respaldadas pelas orientações da OMS – Organização Mundial de Saúde e as melhores evidências científicas disponíveis.

Ao profissional do parto (obstetra, enfermeira obstetra ou obstetriz/parteira) cabe orientar corretamente, apoiar e na hora do parto “assistir” (fazer companhia, acompanhar, prestar socorro quando necessário). O profissional do parto não FAZ o parto, pois quem realmente o faz é a mulher, pois Deus a dotou com esta capacidade. O profissional só deve intervir no processo natural, quando houver necessidade, capacidade que também só é possível, porque foi Deus quem nos concede sabedoria.

Segue abaixo uma tabela de intervenções, que são condenadas pela OMS, mas ainda praticadas:

INTERVENÇÃO PORQUE AINDA É FEITA? PORQUE DEVERIA SER ABOLIDA?
A proibição da presença de um(a) acompanhante, que já é garantida por lei estadual em muitos Estados… Hoje é garantida pela lei federal 11.108 (informação acrescentada por Vanessa Rosa) Alega-se que o acompanhante atrapalha ou que não há espaço para eles. O(a) acompanhante dá mais tranquilidade à parturiente e inibe abusos da equipe hospitalar.
Lavagem intestinal… Diz-se que faz acelerar o trabalho de parto e que as fezes poderiam contaminar o bebê. É incômodo para a maioria das mulheres e estudos comprovam que seu uso não traz as vantagens alegadas.
Raspagem dos pelos pubianos… É feita porque acredita-se que o parto fica mais “higiênico”. Pode haver inflamação local e o crescimento dos pelos é incômodo. Seu uso é comprovadamente desnecessário.
Uso de violência verbal e psicológica, frases do tipo “não grita, ou eu não vou te ajudar”, “na hora de fazer você não gritou”, etc.. Acredita-se que palavras de ordem e broncas possam acalmar mulheres assustadas e nervosas e assim organizar o serviço médico. O que faz uma mulher gritar e perder o controle no trabalho de parto, geralmente pode ser resolvido com carinho, um afago e um pouco de atenção.
Uso rotineiro de soro com hormônio ocitocina… Porque provoca mais contrações e assim faz com que o parto seja mais rápido e o leito seja liberado. As dores do parto com ocitocina ficam insuportáveis e podem provocar sofrimento fetal.
Jejum durante o trabalho de parto… Diz-se que no caso de uma cesárea, pode haver problemas de aspiração do alimento. O jejum provoca fraqueza, o que pode causar sérios problemas no parto. O evento de aspiração é tão raro, que não pode ser usado como justificativa.
Restrição da movimentação, fazendo com que a mulher fique deitada durante todo o trabalho de parto… Alega-se que não há espaço nos centros obstétricos para as mulheres caminharem e mudarem de posição. Diz-se que é mais “seguro”. Estudos provaram há muito tempo que a mulher deve ter liberdade de posição e movimentação durante todo o trabalho de parto e parto.
Parto em posição ginecológica, com a mulher deitada de costas com as pernas para o alto… Facilita a ação e intervenção do médico. Faz o parto ser mais lento, diminui a oxigenação do bebê, é desconfortável para a mulher.
Uso rotineiro de episiotomia (corte para aumentar a abertura da vagina) em 70-80% dos partos normais, quando o recomendado é 15-20%… Alega-se que a episiotomia é necessária. Na verdade há uma grande desinformação dos médicos e serviços médicos sobre a necessidade desse procedimento. Aumenta a chance de sangramentos, inflamações e infecções. Pode causar problemas na relação sexual. Pode provocar incontinência urinária.
Separação do bebê logo após o parto, sem que ele e a mãe possam se tocar, se olhar e ter a primeira chance de amamentação… É feito para que o bebê seja examinado e lavado. O pós-parto é o momento mais importante para a mãe e o bebê estabelecerem o vínculo. A amamentação precoce faz a saída da placenta ser mais rápida, com menos sangramento.

Fonte: Site Amigas do Parto (www.amigasdoparto.com.br)

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Você sabia que hoje estas intervenções são reconhecidas como violência obstétrica?

A violência obstétrica não é uma invenção das mulheres, mas uma realidade. Uma em cada quatro brasileiras afirmam ter sofrido maus tratos, físicos ou psicológicos, durante o parto. Quando nossas avós, tias e mães relatam histórias dolorosas, tristes e até aterrorizantes de parto, nada mais é do que a violência que elas sofreram em seus partos.

Vejam este documentário onde mulheres relatam a violência sofrida, clique aqui.

É preciso se prevenir contra esta violência, escolhendo com critério o profissional e o serviço médico hospitalar. Inclusive em algumas regiões do Brasil é possível ter um parto realmente humanizado pelo SUS.

Também é possível denunciar a violência obstétrica sofrida. Neste link há todas as informações, clique aqui.

A cesariana também pode ser humanizada?

Cientificamente a cesariana não é considerada um parto, mas uma cirurgia de grande porte. Deve ser realizada apenas com indicações precisas.

A cesariana passou a ser chamada de parto com a sua popularização, uma forma da indústria do parto fazer com que ela fosse amplamente aceita, sem muitos questionamentos, sem que a gestante queira uma segunda ou terceira opinião médica.

Quando necessária, a cesariana deve ser feita com respeito, sem dúvida. Se o bebê nasce saudável e não precisa de atendimento imediato, os profissionais devem incentivar primeiramente o contato com a mãe, o aleitamento na primeira hora, para depois prosseguir com a pesagem, medição e outros procedimentos que sejam necessários. O alojamento deve ser conjunto, se o bebê é saudável e sempre deve ser resguardada o direito do acompanhante. Mas, não é considerada humanizada, porque é um procedimento médico, onde não há o protagonismo da mulher.

Eu tive uma cesariana intraparto, porque foi realmente necessária e um parto. Vou contar para vocês estas duas experiências em outro post.

Você já parou para pensar que certamente há um propósito de Deus ao nos dar uma gestação de aproximadamente 9 meses, e depois um parto, com seus estágios, que devemos vivê-los intensamente para parir nosso bebê; um trabalho de parto repleto de hormônios, inclusive a ocitocina, considerada o hormônio do amor, porque está presente na relação sexual, no parto e na amamentação?

Certamente todo este processo nos prepara para a maternidade, ajuda o vínculo com nosso bebê, além dos benefícios físicos. Quando pulamos uma etapa perdemos algumas oportunidades e benefícios.

Permita-se viver esta experiência. O parto é um momento lindo, criado por Deus, uma oportunidade única de viver junto com Deus o milagre da vida. Só de pensar as lágrimas invadem meu rosto.

Somos capazes de parir, porque recebemos esta capacidade diretamente das mãos do Criador. Não permita que ninguém mine a confiança que você tem no Deus que te capacita. Se houver algum empecilho físico ou emocional que busquemos profissionais que saibam exercer o seu papel e que te orientará e apoiará numa decisão consciente.

A saúde do seu corpo e do seu bebê é sua responsabilidade. Não repasse esta responsabilidade a qualquer que seja o profissional. Os profissionais de saúde devem ser nossos parceiros e não nossos tutores.

Se quiserem relatar as histórias de seus partos nos comentários, fiquem à vontade.

Fiquem com Deus e até nosso próximo encontro.

Por Vanessa Rossa – Dia a dia

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