O plantio dos anjos no sítio Ararat – parte 1

Há poucas semanas, demos início aqui no Sítio Ararat ao processo de plantio conhecido como Método de Plantio do Anjos. Parte das instruções desse método de plantio foram registradas por Ellen White em Mensagens Escolhidas, volume 3. Outros detalhes foram resgatados à partir de cartas e de outros registros de EGW por alguns voluntários norte-americanos que hoje se dedicam a ensinar o método.
O Método de Plantio dos Anjos (MPA) não é nenhum mistério, apesar de ser bem diferente do que a agricultura moderna propõe. O processo é um pouco mais trabalhoso, mas o resultado compensa o esforço. Aqui no Ararat decidimos praticar o MPA associado ao Sistema Agroflorestal (SAF) que aprendemos com o amigo e agrônomo (ou jardineiro, como ele prefere ser chamado) Henrique Souza, que transformou o sítio em que mora em um verdadeiro oásis autossustentável. De acordo com o SAF, resumidamente, as plantas não são plantadas de forma isolada, cada espécie em um espaço separado, mas, sim, conforme se vê na floresta natural, em que as espécies crescem juntas e se beneficiam mutuamente.

Cova de tamanho 1,0x1,0x1,0m

A seguir, descrevemos com detalhes os primeiros passos que demos aqui no sítio para o preparado da terra segundo o MPA e o SAF:

Decidimos começar o processo com o plantio de árvores frutíferas e árvores para extração de madeira. Como desejamos plantar muitas mudas em um espaço grande de terra, contratamos os serviços de uma retroescavadeira para fazer as covas.

Segundo o MPA, as covas para árvores devem medir 0,80×0,80×0,80cm. Como a pá da retroescavadeira que contratamos media um metro, nossas covas ficaram um pouco maiores.

Cano de drenagem com pedras nas extremidades

Com as covas prontas, demos início à recuperação e ao preparo do solo. O primeiro item que colocamos na cova foi o cano, que segundo o MPA serve para manter as raízes aeradas. Nós usamos o cano de drenagem, com 40cm de comprimento e 10cm de diâmetro, mas pode ser qualquer tipo de cano ou até mesmo um balde virado com a boca para baixo. No caso do cano, é preciso colocar uma pedra em cada uma das extremidades para evitar a entrada de terra. No caso do balde, deve-se colocar uma pedra em cima, para evitar que ele vire.

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Covas a cada quatro metros

Optamos por fazer covas a cada quatro metros, pois de acordo com SAF, nesse espaço para árvores de porte grande, cujo crescimento é mais lento, pode-se plantar árvores, arbustos ou outras plantas de porte menor ou de crescimento mais rápido, como maracujá, amora, romã, palmito, etc. Essas plantas frutificarão muitas vezes, e algumas espécies até deixarão de existir, como o maracujá, antes de a árvore de porte grande crescer o suficiente para sombreá-las. Quando finalmente isso acontecer, as árvores de porte pequeno, que já frutificaram várias vezes, servirão de adubo ou até mesmo, dependendo da espécie, permanecerão vivas e produtivas sem atrapalhar as árvores de porte grande. Outra opção é plantar flores entre as árvores, como azaléias ou hortências, transformando o pomar num belo jardim.

Vala para canteiro

Como aqui o clima é em geral frio, decidimos montar uma estufa para o cultivo de vegetais variados, temperos e algumas frutas mais delicadas, como o morango e o tomate. No caso de canteiros, o MPA não indica covas, mas sim valas. As nossas valas medem 0,80cm de largura por 0,80cm de profundidade por 27 metros de comprimento (sim, nossa estufa será bem grande!). Fizemos três valas nessas medidas, uma ao lado da outra com uma distância de 0,80cm entre elas. Assim como nas covas, colocamos ao fundo das valas o cano de drenagem e protegemos as extremidades com pedras.

O próximo passo agora será a mistura da terra e a adição de alguns itens necessários para a recuperação do solo, que antes de chegarmos aqui foi desgastado pelo cultivo de batata com muito agrotóxico, como é de costume na agricultura tradicional. Em breve descreveremos aqui a próxima etapa. Não perca!

Fonte: Vida Campestre

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